domingo, 3 de maio de 2009

Cordel: Rimas que encantam

Portal Prêmio Vivaleitura

Francisca das Chagas Menezes Sousa é professora da 8ª série de uma escola rural em São Gonçalo do Amarante, interior do Ceará. Sua premissa é de que não existem alunos sem interesse pela leitura. Acredita que isso depende muito do assunto abordado no texto.

Como sabia do gosto de seus alunos pela embolada (textos declamados rapidamente sobre notas repetidas), resolveu fazer uma experiência com o cordel. Escolheu essa forma poética por um interesse que ela própria cultiva desde a infância. Quando ia visitar seus avós no interior do Piauí, seu avô, analfabeto, abria a chamada “caixinha de romance” para que a neta lesse os cordéis que ele guardava ali. A menina foi ficando fascinada por essas histórias e sua peculiar forma narrativa.

Hoje, em suas aulas, Francisca utiliza o cordel como referência para trabalhos de leitura e escrita, propiciando aos alunos uma boa diversidade de situações didáticas. Eles atuam como protagonistas e não apenas como executores de tarefas. Aprenderam a ler em voz alta. Tomaram contato com a história de seus antepassados e mergulharam a fundo nas tradições do lugar onde vivem. A comunidade também participou do projeto.

Estudando a literatura de cordel, os alunos de Francisca aprenderam a trabalhar com as rimas e a métrica. Pesquisaram na biblioteca e organizaram, com sucesso, uma “noitada cordelista” na escola. Além disso, criaram o Cordel Ambulante, em que se deslocam pela comunidade para ler literatura de cordel para os moradores.


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