quarta-feira, 4 de agosto de 2010

DE VOLTA AO DISCURSO


O PODER DAS PALAVRAS SE DA, NAO SOMENTE NA FALA, ELA PODEROSAMENTE SE MATEM VIVA NO OLHAR, NAS VIRTUDES DIARIAS, ONDE NAO HA LIMITES PARA SE DIZER O QUE VEM NO CORAçAO OU NA SITUçAO VIVIDA.
PORQUE QUERER CONTROLAR TUDO ?
TUDO E TAO INESPERADO, E DESSA FORMA SE TORNA TAO ATRAENTE.
AO SE VOLTAR AS PALAVRAS, AO DEPOIMENTO DE VOLTA A VIDA, TEMOS QUE RECOBRAR A OSCIENCIA NO DEVEMOS ESQUECER QUE AS PALAVRAS TEM PODER , PODER ESSE CAPAZ DE LEVAR ATRAVEZ DE CONTINENTE O MELHOR OU O PIOR DE CADA UM OU DE TODOS.
MAS TER O PODER EXIGI GRANDES ATITUDES, ESSAS ATITDES EVIDENCIAM O FUTURO QUE TEREMOS O LUGAR QUE HABITAREMOS POR MENOS DE 90 ANOS, AFINAL NADA E PERFEITO COMO DEVERIA SER
POR FIM BUSQUE E NA SUA BUSCA ENCONTE O MELHOR DE TUDO ACORDE NAO PARA A VIDA POIS JA ESTAMOS DE OLHOS ABERTOS, ACORDE PARA O AGORA , PARA O MOMENTO

POR: ANA CLAUDIA

domingo, 17 de maio de 2009


sala de aula
para o encontro diário
diúrno
intercâmbio de fofocas
fatos e fotos
ciência da ciência
saudades
aprender com o des-encontro
sala de aula
a hora do saber entre 4 paredes
lugar do barulho
do silêncio
dos medos
e das resistências
lugar para tudo e para todos,
sala de aula
alunos
professores
os que varrem e os que ainda sujam
lugar da cultura
e do pânico
território para desaprender...

sala de aula

Sala de aula
espaço giratório
do debate
das idéias
dos afetos
das trocas
intervalo entre a casa
e o trabalho
entre o namoro e as
planícies
entre os caules
folhas
da escritura
entre a poesia e a prosa
ficcional
científica
sala de aula
um espaço
giratório de acontecimentos
lúdicos

domingo, 3 de maio de 2009

Livro falado, uma questão de cidadania

Olá biblioamigos, falando em oralidade e defendendo-a como tecnologia sempre atual e um fator fundamental da comunicação, vemos que Pierry Levi foi muito feliz quando afirmou que o tempo da escrita e o tempo virtual vieram aprimorar e não substituí-la (a oralidade). Conseguimos relacionar esta afirmativa perfeitamente com a novidade abaixo:

Fonte:Prêmio Vivaleitura 2007

Fotos: Daniela Dacorso, Denis Ferreira Neto e Futura Press


A produção de livros falados envolveu 46 alunos da Escola Palmares e um conjunto de ações

Quando Vanessa Ribeiro, professora de Língua Portuguesa contou a seus alunos da 7ª série do Ensino Fundamental, da escola privada Palmares, de Curitiba, que colaborava para aumentar o acervo de livros falados da Biblioteca Pública do Paraná, logo eles se interessaram em conhecer a experiência. Foram levados à seção de audiolivros da biblioteca, criada para pessoas portadoras de eficiências visuais. Ficaram impressionados com a diferença entre as gravações feitas com voz humana e aquelas produzidas com vozes sintetizadas. Os livros digitalizados, ao contrário dos gravados com voz humana, lhes pareceram frios e distantes, sem expressar nenhuma emoção. Conheceram, assim, os aspectos técnicos que limitam a produção de livros falados e a falta de voluntários para essa tarefa. Ao perceberem a oportunidade de contribuir para o aumento desse acervo, o entusiasmo foi geral.



Adequadamente preparados, os alunos participam da gravação - na foto, Camila da 7.ª série

O projeto Livro falado, iniciado em 2006, teve a participação de 46 alunos na sua segunda edição e contabiliza muitos ganhos. Do ponto de vista da aprendizagem específica da disciplina, os alunos desenvolveram a oralidade, treinaram o ritmo de leitura, a entonação e as pausas relativas à pontuação e aos parágrafos. Foram incentivados também a ler mais e melhor, além de aprender a pesquisar e selecionar textos com a finalidade de atender a um público específico. A biblioteca pública, por sua vez, aumentou o acervo de livros falados, em especial de literatura infanto-juvenil, que representava sua maior carência.



Usuário portador de deficiência visual, confere o resultado do trabalho

Assim, todos saíram ganhando. Foram feitas gravações de livros interessantes, com leituras de qualidade. Os alunos da professora Vanessa lêem cada vez mais e os usuários da Biblioteca Municipal de Curitiba passaram a ter mais opções de livros falados.

E em Juazeiro do Norte, por que não?

Cordel: Rimas que encantam

Portal Prêmio Vivaleitura

Francisca das Chagas Menezes Sousa é professora da 8ª série de uma escola rural em São Gonçalo do Amarante, interior do Ceará. Sua premissa é de que não existem alunos sem interesse pela leitura. Acredita que isso depende muito do assunto abordado no texto.

Como sabia do gosto de seus alunos pela embolada (textos declamados rapidamente sobre notas repetidas), resolveu fazer uma experiência com o cordel. Escolheu essa forma poética por um interesse que ela própria cultiva desde a infância. Quando ia visitar seus avós no interior do Piauí, seu avô, analfabeto, abria a chamada “caixinha de romance” para que a neta lesse os cordéis que ele guardava ali. A menina foi ficando fascinada por essas histórias e sua peculiar forma narrativa.

Hoje, em suas aulas, Francisca utiliza o cordel como referência para trabalhos de leitura e escrita, propiciando aos alunos uma boa diversidade de situações didáticas. Eles atuam como protagonistas e não apenas como executores de tarefas. Aprenderam a ler em voz alta. Tomaram contato com a história de seus antepassados e mergulharam a fundo nas tradições do lugar onde vivem. A comunidade também participou do projeto.

Estudando a literatura de cordel, os alunos de Francisca aprenderam a trabalhar com as rimas e a métrica. Pesquisaram na biblioteca e organizaram, com sucesso, uma “noitada cordelista” na escola. Além disso, criaram o Cordel Ambulante, em que se deslocam pela comunidade para ler literatura de cordel para os moradores.


Ano da França no Brasil

A abertura oficial do Ano da França no Brasil - França.Br, no dia 21 de abril, inaugurou uma temporada de imersão dos brasileiros na cultura francesa. Calcula-se que a extensa programação - que vai desde residências artísticas a exposições e desfiles de moda - possa atingir entre 30 e 40 milhões de pessoas, em 15 cidades do país.

Calcula-se que o país receberá aproximadamente 400 atividades até o final de 2009. Cerca de 50 delas devem acontecer na Bahia.

A forte influência da matriz africana no Estado edificou uma ponte sobre o Atlântico, diretamente para a África francófona. Assim, a versão baiana do França.Br tem a mestiçagem como uma de suas principais características, incorporando as influências do continente negro (veja programação).

Isso não quer dizer, é claro, que a cultura francesa clássica não esteja presente com escritores, instrumentistas eruditos e até mesmo uma oficina de formação de luthiers (profissionais especializados em reparo e restauração de instrumentos musicais).

Programação mestiça

Iniciada antes mesmo da abertura oficial do França.Br, a residência artística Culturas Crioulas - Olhares Cruzados promoveu de jovens artistas das Escolas de Belas Artes de Salvador e da Ilhas de Reunião, departamento francês no Oceano Índico. A residência durou 20 dias, entre 3 e 23 do mês passado.

Também no dia 23 foi apresentado o espetáculo de dança “#im3″, da Cia Toufik Oudrhiri Idrissi. A companhia do coreógrafo e intéprete marroquino Toufik trabalha ainda num processo de criação conjunta com a Cia Viladança, cujo resultado será apresentado no mês de setembro.

O universo da dança também é representado pelo coreógrafo e dançarino da Costa do Marfim Georges Momboye. Radicado no país de Napoleão desde 1992, Momboye propõe uma visão da França mestiça contemporânea.

Símbolo máximo da ligação entre França, África e Bahia, o antropólogo francês Pierre Verger é tema de três atividades previstas no programa. Em junho, o fotógrafo do Benin Charles Placide Toussou faz residência artística na Fundação Pierre Verger, intitulada “Sobre os Vestígios de Pierre Verger”.

Durante o “Agosto da Fotografia”, as obras do antropólogo francês fazem parte da exposição “À procura de um olhar: fotógrafos franceses e brasileiros revelam o Brasil”.

Já no dia 15 de setembro, é aberta a exposição “Paris de Pierre Verger”, sobre o ambiente cultural e artístico parisiense dos anos 30, com fotografias do próprio Verger e de outros fotógrafos franceses.

Com atores baianos, os espetáculos teatrais “Combate de Negro e de Cães” e “Tabataba”, do diretor francês Philip Boulay percorrerão espaços públicos e cidades do interior da Bahia durante quase quatro meses, entre 21/8 e 15/11.

A Cia. Troufik OI criará espetáculo em conjunto com companhia de dança baiana

A Cia. Troufik OI criará espetáculo com companhia de dança baiana

Em outubro, a mostra “50 Anos do Cinema da África Francófona: olhares em reconstrução e identidades reinventadas” traz à Bahia uma seleção de obras clássicas do cinema africano, algumas jamais exibidas no Brasil.

A coroação do elogio à cultura mestiça no programa baiano da França.Br é a inauguração do Centro de Músicas Negras, no dia 13 de novembro, seguida imediatamente pelo Festival de Músicas Mestiças (13 e 14/11), uma edição especial do Festival de Angouleme de Musique Mestisses. Ambas atividades ocorrem no Museu du Ritmo, espaço cultural do músico baiano Carlinhos Brown.

(fotos: Site Oficial Georges Momboye [1]; João Garcia [2])

A maior biblioteca comunitária do mundo



Muitos dos moradores de São José do Paiaiá, distrito de Nova Soure (BA), sequer sabiam o que era uma biblioteca até a inauguração da Biblioteca Comunitária Maria das Neves Prado, em 2002.

Hoje, a instituição tem quase 50 mil livros e seus fundadores a classificam como a maior biblioteca comunitária do mundo instalada em comunidades rurais com até 50 mil habitantes.



A chegada da biblioteca transformou o pequeno povoado que fica a 320 quilômetros de Salvador num oásis em pleno semi-árido. A comunidade, um povoado com população inferior a mil pessoas e apenas uma rua pavimentada, passou até a receber visitantes de cidades próximas.

São 450 usuários por mês na incansável biblioteca, que funciona todos os dias, das 8 às 21h, inclusive domingos e feriados.



A biblioteca comunitária estampa em sua fachada uma epígrafe do dramaturgo alemão Bertold Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos...”.

Além de extenso, o acervo tem cerca de 2 mil obras raras. Lá é possível encontrar preciosidades como a primeira edição de “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, a obra completa de João Cabral de Melo Neto – autografada pelo escritor – e a edição de 1732 (em francês) da obra completa de Molière.



Os usuários podem ainda assistir a DVDs ou consultar os 10 mil periódicos disponíveis. A Biblioteca Maria das Neves também diversifica as suas atividades, promovendo cursos e debates sobre meio ambiente, desenvolvimento local, cidadania etc.

A criação da biblioteca é fruto da iniciativa de um ex-morador de São José do Paiaiá, que sonhava em ser médico, embora sua mãe dissesse que aquilo “era apenas sonho de pobre”.



Geraldo Prado, hoje com 67 anos e pesquisador do CNPq, conta como a biblioteca está oferecendo oportunidades que ele nunca teve:

- Seis meninos que estudaram na biblioteca passaram em universidades públicas da Bahia e de Sergipe. Acho que dois deles já estão se formando.



Geraldo seguiu a sina de seus conterrâneos e tantos outros nordestinos: ir para São Paulo em busca de emprego. Chegou lá em 1962, apenas tendo completado o primário.

Foi faxineiro e porteiro num prédio no centro da cidade, "na zona do baixo meretrício". Fez supletivo morando na casa de máquinas do elevador do prédio e precisou escolher a menor concorrência (Curso de Português-Chinês) para passar no vestibular da USP.

Recorda que só conheceu uma biblioteca quando tinha 14 anos, em Salvador, no Colégio Central da Bahia. “Lembro que fiquei parado olhando para tantos livros, porque até então eu só tinha um (Na Sombra do Arco-Íris, de Malba Tahan), presente da professora Maria Ivete Dias (mãe de Ivete Sangalo)”.



Ao longo dos anos, Geraldo acumulou uma coleção de 30 mil livros, mesmo que isso significasse sacrifícios.

- Se passasse por um sebo ou por uma livraria e tivesse um livro que me agradasse, e eu só tivesse o dinheiro da comida ou da passagem do ônibus, preferia ficar com fome e voltar para casa a pé, mas comprava o livro – diz.

Geraldo, como a Asa Branca, voltou para o sertão para compartilhar com pessoas que “não sabiam o que era uma biblioteca” sua paixão pelos livros. O nome da biblioteca é uma homenagem à sua irmã (Sinhá Prado), que o alfabetizou.



Hoje, conduz uma pesquisa sobre bibliotecas comunitárias para o CNPq, com foco no semi-árido. Criou inclusive um blog sobre o assunto.

Entrevistei este empreendedor do conhecimento. Leia aqui e saiba como os livros da biblioteca quase são confundidos com livros roubados do arquivo do Itamaraty.